O Puerpério
- Té Carapinha
- 14 de mar. de 2017
- 2 min de leitura
Hoje apetece-me escrever sobre o puerpério, aquela fase que quase sempre é tabu, que a maioria das mulheres prefere atravessar no silencio de um sorriso quando lhe perguntam se está bem. A partir do momento em que nasce o bebé as atenções viram-se para este novo ser e a mãe acaba por passar para segundo plano.

Quando nasce um filho (re)nasce também uma mãe e isto acontece independentemente de ser o primeiro, o 2º ou por aí fora. A chegada de um novo membro a uma família requer sempre uma (re)adaptação da mesma. Nesta fase o corpo da mulher passa por diversas alterações não só a nível físico mas também emocional e também a mãe precisa de cuidados e de atenção. O pós parto por vezes tem uma recuperação dolorosa, dificultando a movimentação da mãe para realizar as tarefas do dia a dia, quando esta é sujeita a uma episiotomia ou a uma cesariana, os lóquios que podem durar até 45 dias gerando imenso desconforto com as perdas de sangue, a subida do leite, as possíveis alterações no sistema urinário ou mesmo intestinais ou até o aparecimento das dolorosas hemorroidas. Todas estas mudanças associadas ao cansaço podem ter um grande impacto no estado emocional a mulher .
Passamos 9 meses a sonhar com o nascimento do bebé, frequentamos aulas de preparação para o parto, ouvimos relatos de outras mães, mas aquele dia em que chegamos a casa com um bebé a nosso cargo em que tudo é novo, cuidar do bebé, o banho, muda da fralda, a subida do leite, a amamentação, são questões que nos enchem de receios por mais que confiemos no nosso instinto maternal e associar tudo isto á recuperação de um parto nem sempre é fácil.
Costumo ouvir dizer que a partir do 2º filho tudo se torna mais simples, pois permitam-me discordar. É verdade que já possuímos alguma prática e isso facilita muito, no entanto todos os bebés são diferentes e têm personalidades diferentes e necessidades diferentes. Quando já existem crianças é necessário aprender a gerir tudo á nossa volta, o tempo, as tarefas, as prioridades , necessidades, toda esta nova rotina.
O apoio da família é essencial, não só do companheiro como também de todos os que rodeiam esta mulher que acaba de dar a luz.
As visitas devem ter bom senso e sensibilidade para compreender que não devem aparecer de surpresa ou em horários pouco próprios, que não devem pegar ou mexer no bebé sem autorização dos pais e não devem beijar as mãos ou o rosto do bebé. Se o bebé estiver a dormir não devem fazer barulho ou incomodar. As visitas devem ser curtas pois é natural que a mãe esteja cansada.
Ah e muito importante...caso já exista outra criança na família, por favor lembrem-se que esta também é uma fase de adaptação para ela.
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