Hospital humanizado ou profissionais humanizados?¿
- Té Carapinha
- 8 de abr. de 2018
- 2 min de leitura
Quando estás grávida sonhas que o momento do parto seja perfeito. Que sejas recebida no hospital da forma acolhedora que a tua condição requer, que te seja permitida a presença permanente do(a) acompanhante, que as tuas decisões sejam respeitadas. Mas por vezes longo dos nove meses vais-te inteirando dos procedimentos do teu hospital de residência, da conduta para com outras grávidas, ou até mesmo já passaste por uma situação menos positiva ali, então começas a ponderar procurar referências noutros locais (muitas vezes geograficamente afastados) para que o teu momento seja o mais tranquilo e respeitado possível. Isto acontece, vai continuar a acontecer e entristece-me. Fico muito feliz que tenhamos o Hospital da Póvoa de Varzim como referência positiva no que toca á humanização do parto mas fico triste que para ter o parto hospitalar que desejaste tenhas que fazer X km, alugar uma casa ou pedir de empréstimo, muitas vezes tendo que alterar toda a rotina familiar, porque o “teu” hospital não tem capacidade de resposta às tuas necessidades. Mas quando falos em capacidade de resposta falo exatamente do quê? Especialmente da capacidade de resposta às necessidades necessidades básicas da grávida em trabalho de parto. E muitas vezes o hospital não tem estas condições simplesmente porque ignora a tamanha importância das mesmas. Está de tal forma enraizado em protocolos e rotinas muitas vezes desatualizadas que não tem interesse nem vontade de mudar. É isto que lamento. Já ouvi de médicos obstetras e de enfermeiroa(as) que o problema são os hospitais não terem condições mas não serão também as equipas que mais contribuem para a mudanças. Ouve-se tanto falar em violência obstétrica que me questiono se o problema está no hospital ou nos seus profissionais.

Comments