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Desculpem-me o desabafo no

  • Foto do escritor: Té Carapinha
    Té Carapinha
  • 12 de mai. de 2018
  • 2 min de leitura

Fico triste quando me cruzo com mulheres que desabafam tristemente sobre os seus partos, ao que foram submetidas e a forma como foram tratadas. Mas, ainda fico mais triste quando estas mesmas mulheres,  perante uma nova experiência de gravidez consideram inútil frequentar aulas de preparação para o parto ou serem acompanhadas por uma Doula que as possa informar,  que lhes dê ferramentas para o resgate do seu poder pessoal e para que essas mesmas situações possam ser evitadas de se repetir (pelo menos por falta de conhecimento). Considero que é necessário aprofundar muito mais temas do que o SNS sugere, penso também que a abordagem a cada tema nem sempre é conduzida da melhor forma, retirando muitas vezes o poder à mulher e gerando medos por isso não censuro quem não tem interesse por este tipo de acompanhamento .Recordo-me que nas aulas de preparação do meu filho mais velho a sra enfermeira incentivava as mulheres a pedir sempre epidural porque era o melhor e parte da aula era uma simulação do expulsivo com as grávidas deitadas de costas (surreal). Felizmente na segunda experiência foi completamente diferente e fui muito bem acompanhada. Quando falo em aulas de preparação para o parto refiro-me a um acompanhamento integral e humanizado. Sabemos que  há hospitais que estão longe de cumprir os requisitos mínimos para a humanização do parto e desta forma saber é poder. Vivo numa cidade pequena e todos os dias oiço histórias  menos felizes de partos mas o pensamento é que as aulas de preparação de nada servem, que se quer uma hora pequenina, venha epidural pras dores e já está.  Chego a ouvir absurdos de quem pede indução porque está "farta e cansada" de estar grávida sem a mínima noção do que isso acarreta. Ainda hoje li num grupo de mães numa rede social que pedia informações sobre aplicações para o telemóvel para a hora das mamadas,  céus.  Organiza-se uma sessão informativa sobre parto natural e amamentação e está às moscas,  depois vem uma empresa que oferece ecografias de 5 min 4D ou que vende "saúde" utilizando a sensibilidade e vulnerabilidade das grávidas  e fazem fila. 

Mulher informada,  mulher emponderada! Se não forem estas mulheres a buscar informação,  procurar conectar-se com a sua Deusa interior,  escutar o seu corpo ninguém o fará no seu lugar. Na sua grande maioria aceitam os procedimentos a que foram submetidas por total entrega e negação à sua responsabilidade num momento que é delas e em que são as únicas protagonistas. Não,  não é foi médico X que te fez o parto, quem fez o parto foste tu, ele esteve lá para te assistir!   

Ainda há um longo caminho a percorrer não só nos serviços médicos mas também na mentalidade das proprias mulheres.  


 
 
 

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